A chave da
porta do céu
Não pertence
a Pedro, Tiago ou João
A chave está
na mão do crente
Que vive com
Deus em secreta oração
O óleo que
lubrifica
A fechadura
da porta do céu
São lágrimas
quentes que rolam
Do rosto
sofrido do crente fiel
A porta do céu só se abre
Pra quem tem a chave e bate com fé
Chorando, gemendo, implorando
Pra o crente guerreiro tal qual Josué
A porta ainda se abre
Mesmo que a derrota pareça iminente
Porque o Senhor não suporta
Ver lágrimas quentes do rosto do crente
A chave não
está na mão
Do papa, do
bispo nem do sacristão
Não está na
mão de Maria
Nem de padre
Cícero, nem de Damião
Não está na
mão do pai de santo
Da mãe de
terreiro nem da Conceição
A chave está
na mão do crente
Com a face
no pó e o joelho no chão
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